Jaqueira

Para falar desta árvore Regina Casé nos conta a história da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma das maiores florestas urbanas do mundo, e nos explica porque a Jaqueira vai ter que desaparecer para o próprio bem da floresta que ajudou a criar.

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Jaqueira

jaca

Nome científico
Artocarpus heterophyllus Lam.

Família
Moraceae

Características morfológicas:

Árvore de grande porte, de 8-25 m de altura, de copa ampla e dotada de látex leitoso.

tronco robusto, de casca grossa, de 30-60 cm de diâmetro.

folhas simples, verde-escuras, brilhantes, ovais, de 15-25 cm de comprimento por 10-12 cm de largura e com a consistência do couro.

flores pequenas e verde-claras, masculinas e femininas surgem em espigas carnudas, de formas distintas e afixadas no tronco por curtas hastes de sustentação. As flores femininas desenvolvem-se em fruto.

fruto ovalado, de casca amarela a castanho-amarelada, de polpa doce, esbranquiçada e viscosa, e de aroma muito marcante. Cada fruto, ou cada ponta da Jaca, é um gomo dotado de uma única semente e se desenvolve, a partir de cada flor, incrustado na espiga feminina, cilíndrica, de até 50 cm de comprimento. Cada Jaca contém aproximadamente 500 frutos.

semente oval, castanho-clara, de 2-3 cm de comprimento por 1-1,5 cm de diâmetro, envolta por uma membrana fina, branca e viscosa.

floração ocorre entre os meses de novembro e dezembro. Os frutos amadurecem mais abundantemente nos meses do abril-maio.

uso/árvore frutífera utilizada no nordeste brasileiro, em sistemas agroflorestais e em jardins, constitui problema ambiental, pois vem substituindo as espécies nativas da mata tropical.

uso/madeira resistente à água. Aproveitada para o fabrico de peças para embarcações.

uso/outras utilidades Os frutos, ricos em açúcar, são largamente consumidos nas regiões tropicais do país, chegando em algumas regiões, como no Recôncavo Baiano, a constituir-se em alimento básico para comunidades rurais. Geralmente são consumidos no estado in natura, contudo são frequentemente transformados em doces e geleias caseiras. Também podem ser consumidos cozidos como se fossem um vegetal. Na Índia a polpa é fermentada e transformada num tipo de aguardente. As sementes, ricas em amido, também podem ser consumidas depois de assadas ou cozidas, possuindo sabor semelhante a castanha europeia e sendo inclusive consideradas ligeiramente afrodisíacas.

obtenção de sementes Colha os melhores frutos da árvore e retire as sementes. Sob água corrente, remova o tecido viscoso que reveste as sementes, esfregando-as bem. Utilize apenas as sementes maiores. Deixe-as arejando à sombra por 1 hora antes de semeá-las.

produção de mudas Coloque as sementes para germinar com 2 cm de profundidade em embalagens individuais, contendo substrato orgânico. A emergência ocorre em 1-3 semanas dias e com o alto índice de 90%. Em 3-4 meses as mudas terão alcançado 20-25 cm de altura, momento propício para transplantá-las em local definitivo. O desenvolvimento da planta no campo é rápido, chegando aos 3 m de altura em 2 anos.

referêcia bibliográfica “Árvores notáveis: 200 anos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro” [Org.] ORMINDO, Paulo. [Textos] GUEDES-BRUNI, Rejan Rodrigues... et al.; [ilustrações botânicas] BARRETO, Malena e ORMINDO, Paulo. – Rio de Janeiro: Andrea Jakobson Estúdio, 2008. Il. (307 color) 22 cm, pg. 76. | “Artocarpus heterophyllus” in “Fichas”. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental / The Nature Conservancy | Elevitch, C.R., e H.I. Manner. “Artocarpus heterophyllus (jackfruit)”, ver. 1.1v. In: Elevitch, C.R. (ed.).“Species Profiles for Pacific Island Agroforestry”. 2006: Permanent Agriculture Resources (PAR), Hōlualoa, Hawai‘i.

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