Camaçari

Em Camaçari é difícil encontrar quem conheça a árvore que dá nome à cidade, por isso, Regina Casé recebe a ajuda de um grupo de alunos que vão da teoria à prática encontrando, primeiro, informações sobre a árvore nas bibliotecas da cidade e, depois, chegando ao Seu Dadu, grande conhecedor do Camaçari.

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Camaçari

camaçari-baiano, camassary, tamaquari, tamaquaré, macacu, tamcoaré, tamancoaré-branco

Nome científico
Caraipa densifolia Mart.

Família
Calophyllaceae

Características morfológicas:

Árvore de porte regular, de 10-20 m de altura, de copa frondosa, densa e irregular.

tronco direito, cilíndrico, rugoso e castanho-acinzentado, de aproximadamente 70 cm de diâmetro.

folhas ovais, de 5-12 cm de comprimento por 3-4 cm de largura, com a consistência de papel, verde-escuras e brilhantes na face superior e verde-claras e foscas na face inferior, sustentadas em hastes de 5 mm de comprimento.

flores muito pequenas, brancas, perfumadas e velutinas, com 5 pétalas de 5 mm de comprimento e com a consistência de couro, densamente reunidas em cachos de cerca de 10 cm de comprimento, dotados de 3-7 ramificações de 1 cm de comprimento cada.

fruto oval a esférico, dotado de três sulcos, de casca avermelhada ou castanha, rugosa e com a consistência de couro, velutino quando jovem, sem pelos quando maduro, de cerca de 1,5 cm de comprimento, do tipo cápsula, que se abre liberando suas sementes.

semente oval, achatada, de 1 cm d comprimento e de casca fina.

floração ocorre entre os meses de outubro e novembro. Os frutos amadurecem no período janeiro-fevereiro.

uso/árvore usual dos tabuleiros baianos, onde cresce em terras fracas e arenosas, pode ser recomendada para o cultivo paisagístico.

uso/madeira de cor avermelhada, fácil de cortar, roliça, pesada, mais fortes do que o pinho. Empregada em todo tipo de obra interna, como tábua corrida nos pisos e assoalhos, como moirões e cercas e como mastros de navios.

uso/outras utilidades entre a casca e o cerne do tronco há uma matéria espessa, alva, gelatinosa e amarga, que se cozida coalha e engrossa como resina. Essa resina é usada para brear navios e, pelos índios do Pará, como creme rejuvenescedor e embelezador da pele, com propriedades afrodisíacas e de feitiço, assim por eles denominada “bálsamo tamakoaré”. Na medicina popular combate dermatoses, cefaléias, verminoses entre outros males.

obtenção de sementes Colha os ramos dos frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Deixe-os secar ao sol para completar o processo de liberação das sementes.

produção de mudas Coloque as sementes para germinar em canteiros semissombreados contendo substrato organo-arenoso. Melhor irrigar 2 vezes ao dia. A emergência demora 25-35 dias e a germinação é superior a 90%. O desenvolvimento das mudas bem como das plantas no campo é considerado moderado, dificilmente ultrapassando 2 m de altura aos 2 anos de idade. Substrato arenoso

referêcia bibliográfica SOUZA, Gabriel Soares. “O Camaçari da Baía”. Separata da “Revista da Flora Medicinal”, Ano IX, nº 6. Conferência realizada na Academia Nacional de Farmácia em Maio de 1942. | FENNER, Raquel Fenner; BETTI, Andresa Heemann; MENTZ, Lilian Auler; RATES, Stela Maris Kuze. “Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial atividade antifúngica”. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas/ Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, vol. 42, n. 3, jul./set., 2006 | Bittrich, V. 2010. Clusiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. | LORENZI, Harri. “Árvores Brasileiras Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil”. Vol. III. Editora Plantarum, Nova Odessa, São Paulo, 2000, p.86.

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