Açacu
assacu, assacuzeiro, ussacu
Nome científico
Hura crepitans L
Família
Euphorbiacceae
Características morfológicas:
Árvore espinhenta, de 20-30 m de altura, que sangra látex venenoso, dotada de copa grande, arredondada e densamente coberta por folhas.
tronco de 50-100 cm de diâmetro.
folhas simples, finas, de 6,5-11 cm de comprimento por 5-11 cm de largura, com a forma de coração e consistência de couro, de coloração verde-escura em ambas as faces, sem pelos e sustentadas por uma longa haste, de 6-14 cm de comprimento
flores quando masculinas, agrupam-se em cachos de 3-6 cm de comprimento por 2 cm de largura, dispostos na ponta de hastes de 5-10 cm de comprimento, em número de 60-80 pequenas flores vermelhas, de 4-5 mm de diâmetro cada. As flores femininas, vermelhas e em forma de trombeta, aparecem sozinhas, sustentadas por uma haste de 5 cm de comprimento, localizada sob as axilas das folhas.
fruto seco e oco, dotado de 12-15 gomos, parecendo uma abóbora de 3-4 cm de altura por 6-8 cm de diâmetro, do tipo cápsula lenhosa, que se abre explosiva e espontaneamente, liberando as sementes, que se alojam uma por gomo.
semente de 1,5-2 cm de diâmetro, achatada, com forma de disco, na cor creme-acinzentada, dotada de pequenas manchas escuras, e envolta por um tecido rígido, com consistência de couro.
floração ocorre entre os meses de outubro e janeiro. Os frutos amadurecem a partir de fevereiro.
uso/árvore apesar de espinhenta, é bastante ornamental e produz ótima sombra, podendo ser utilizada na arborização e no paisagismo.
uso/madeira leve, macia e de fácil apodrecimento. Empregada na construção civil, para forros, obras internas, para a confecção de cepas de tamancos, compensados, palitos de fósforo, caixotaria e para a produção de pasta celulósica. Deixa-se sangrar a árvore toda, antes de abatê-la.
uso/outras utilidades Povos indígenas, como a etnia Apurinã do Amazonas, empregavam o “suco do assacu” para envenenar as ponteiras das flechas. O látex foi utilizado no Pará como tratamento de pacientes com lepra. O contato da pele com o látex, porém, causa irritação, formando bolhas; o contato com os olhos, causa conjuntivite e dor; com o sistema digestivo, provoca náuseas e vômito, bem como queimação na boca e na faringe. O óleo extraído das sementes desidratadas podem ser utilizados como purgante, mesmo assim é perigoso o manejo e a dosagem.
obtenção de sementes Colher os frutos da árvore, quando iniciarem a abertura espontânea, o que é facilmente notado pelo estalo decorrido da abertura explosiva dos frutos. Em seguida, levá-los ao sol para completar o processo de liberação das sementes. Melhor cobrir os frutos com tela protetora durante esse processo.
produção de mudas Colocar as sementes para germinar em recipientes individuais contendo substrato organo-argiloso e mantê-los em ambiente semi-sombreado. Melhor irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 30-40 dias e a taxa de germinação geralmente é alta. Transplantar as mudas para o local de plantio definitivo em 4-5 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, alcançando facilmente 4 m de altura aos 2 anos.
referêcia bibliográfica
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PLANTAS TÓXICAS-VENENOSAS